sábado, 19 de março de 2011

Que se faça silêncio, então

Se é um silêncio que tu queres, então calo-me diante de tua figura
Afasto de ti minhas teorias tão vãs 
Passarei apenas a observar tua estrada, cada pedra no caminho, cada ponte que surgir
Caminharei ao teu lado com meus pensamentos gritando-te o caminho
Mas minha boca, ah minha boca, essa pandora de verdades estará selada por tua ira
Não serei tua sombra, nem teu guia, serei um orador em anseios de teus acertos
Um espectador com traços de roteirista de tuas vontades, que teimo em poldar
Não sou um justo ou o juíz que irá te julgar, condenar e punir
Nem teu anjo, que  te zela, guarda e te acompanha nas tuas partidas
Só não acusa quem não te segura nas mãos na hora de pular do penhasco
Não o mesmo de tantas dores, choros e súplicas de entendimentos que tu mesma conheces
Mas por covardia fingi não saber, teima em culpar um outro qualquer pelos teus pecados
Tu condenas quem te deseja o bem, que não está acordado aos teus desejos
Tolos desejos, tão ínfimos diante da grandeza de amadurecer o que teu coração diz e tua boca cala
Que aos poucos de tempos em horas, choras ao sentir o desassossego do vazio no peito
A sentença que tu mesma te dá, ao se declarar perdida em meio tuas escolhas
Pois, agora vê o que minhas palavras não puderam te mostrar
Escuta o meu silêncio, enquanto se perder novamente dentre tuas decisões
E então, poderá entender que meu silêncio te fará ouvir muito mais de ti mesma
Do que permitistes minha voz dizer e então entenderá, que ainda assim não estará só

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